Qual a diferença que o psicólogo faz na vida de quem faz terapia

Um bom pintor pode ser visto como alguém que olha para “a mesma coisa” que outra pessoa olha, vendo-a diferente e tornando-a visível para nós: o pintor revela – torna perceptível – algo que não havíamos visto antes.

Uma fotógrafa faz algo similar com a luz e as texturas: usa ferramentas, filtros, configurações, técnicas, para revelar algo que está lá, esperando para ser visto, mas que não é visto sem sua ajuda.

Este pode ser um modo interessante de pensar sobre o que nós, terapeutas, também fazemos: auxiliamos para que algo que já está ali, esperando de alguma forma que seja ouvido, mas que não é ouvido sem a nossa ajuda, seja revelado. Como um paciente uma vez colocou: seu desejo era como um sopro, um sopro no coração, tão fraco que ninguém jamais havia ouvido antes, nem ele mesmo, até começar sua análise.