Compreendemos o pânico pelos fenômenos corporais como: suores, taquicardia, tremores, pelos afetos: angústia medo e pelos sintomas mentais típicos e intrigantes: sentimento de despersonalização (“estou ficando louco”) e o sentimento de morte iminente, mas, para além disso, o pânico é um dos destinos para a nossa condição de desamparo. O pânico pode ser compreendido como uma resposta para um momento de lúcida experiência de desamparo.
A impossibilidade de subjetivação dessa dimensão do desamparo conduz o sujeito ao pânico. É a elaboração dessa problemática, que não surge de modo inesperado e desarticulado à experiência do sujeito, que fundamenta a cura.
A análise leva a um encontro com o desamparo (que também trata-se do encontro com o traumático da falta, da perda e da separação), a partir da possibilidade de narração do sofrimento, tornando-se a maneira mais eficaz de reintroduzir o desamparo como algo que faz parte da existência e não como fracasso performativo.