Imaginemos uma personagem hipotética, a qual chamaremos de Ana. Desde pequena, Ana sempre foi cercada por expectativas sociais sobre como uma pessoa deve ser: ela deve ser bonita, bem-sucedida, ter um relacionamento perfeito, ser amigável e extrovertida, entre outras coisas. Ao longo da vida, Ana absorve essas mensagens da sociedade, da mídia, da família e dos amigos.
Como resultado, Ana internaliza esses ideais do eu, do que ela julga ser o “jeito certo de ser”. Ela começa a se comparar constantemente com esses ideais, medindo seu próprio valor e autoestima com base em quão bem ela se encaixa nesses padrões. Por exemplo, Ana começa a se preocupar se está suficientemente bonita, se sua carreira está progredindo o suficiente, se ela é uma namorada ou amiga “boa o bastante”.
À medida que Ana se compara com esses ideais, ela começa a sentir uma sensação de inadequação e insatisfação consigo mesma. Ela se encontra repetindo pensamentos autocríticos, como “Não sou tão bonita quanto aquela celebridade” ou “Não estou tão bem-sucedida quanto meus colegas de trabalho”. Esses pensamentos criam uma sensação de dívida emocional dentro de Ana, onde ela constantemente se sente como se estivesse devendo algo a si mesma ou aos outros.
Essa marca da dívida emocional em Ana afeta sua autoconfiança, seu bem-estar emocional e sua capacidade de desfrutar a vida. Ela se sente constantemente pressionada para atender às expectativas dos outros e se tornar a pessoa que ela acha que deveria ser, em vez de aceitar e valorizar quem ela realmente é.
A partir deste exemplo, podemos notar que sentimentos como insegurança, medo e sintomas como ansiedade e depressão podem ser consequências de pressões e comparações que acabamos fazendo a partir dos ideais que cada um de nós vai criando pelos impactos da própria vida. “Enquanto eu busco ser uma mulher ideal, eu nem sou esse ideal porque como o próprio nome já diz, é um ideal, portanto inatingível, nem sou eu porque tudo que eu posso ser me parece pouco, insuficiente, errado, ruim.”
Neste caso, a terapia é importante porque ajuda o indivíduo a quebrar ou reduzir estas idealizações, ajudando-o a reconhecer valor naquilo que é real e ordinário, com todas as suas falhas e imperfeições envolvidas sem que isso represente uma afronta ou ameaça a sua autoestima.
Para além deste exemplo em específico, a terapia trata de outras inúmeras questões do sofrimento humano, auxiliando o sujeito a encontrar saídas e recursos mais sofisticados e eficazes para atingir maior qualidade de vida e saúde emocional e mental.