A ansiedade é por definição um mecanismo de defesa que nos alerta para possíveis perigos. Portanto, em certa medida, sua existência é importante. O problema é quando se torna excessivamente ativa.
Quando a ansiedade torna-se algo constante e desproporcional aos eventos externos, ou seja, quando não há nada de concreto ameaçando o indivíduo, podemos então pensar que o que provavelmente esteja em jogo seja algo do âmbito subjetivo e, muitas vezes, de difícil acesso pelo sujeito.
Desta forma, quando a ansiedade vira um sintoma de algo, uma exigência é posta para o psiquismo do sujeito a fim deste ir em busca de compreender a origem da mesma. Esta busca compreende-se como um caminho a ser percorrido de exploração de si mesmo por meio da auto narrativa.
Para além do que concerne o particular de cada indivíduo, também deve-se levar em conta o contexto de sociedade que vivemos na contemporaneidade. As demandas constantes de “sucesso” e performance, pressões, a corrida frenética contra o relógio, a competitividade que gera comportamentos comparativos, mídias sociais que estimulam a idealização ao ver algo ou alguém imune a falhas, tudo isso alimenta intensos sentimentos de incerteza, insegurança e desamparo nos sujeitos, prato cheio para o desencadeamento dos transtornos de ansiedade.
A terapia é um espaço seguro onde nos sentimos acolhidos, propiciando que nos aproximemos das questões e dos conflitos que estão em jogo, auxiliando neste processo de nos tornarmos mais donos de nós mesmos e menos alheios àquilo que nos faz sofrer.